AASP logo
AASP logo

Notícias

Tendências das soluções de conflitos

Diego Faleck confirmou presença no 2º painel do Simpósio Regional AASP em Goiânia: “Tendências das soluções de conflitos”.

Especialista no método de Design de Sistema de Disputas (DSD), Diego Faleck diz que é preciso uma visão sistêmica sobre os métodos de resolução de conflito a fim de se evitar a judicialização.

Acompanhe o bate-papo que tivemos com o advogado que falará sobre “A mediação dos conflitos” durante o Simpósio Regional da AASP, 7/6, em Goiânia.

O advogado mediador

Existe uma grande tendência em tentar resolver os conflitos de maneira mais racional, pragmática, eficiente e menos custosa, e um grande mercado para isso. O advogado tem um papel muito importante no envolvimento para solucionar um problema; saber quando negociar, quando ir ao tribunal ou quando utilizar os diferentes canais como a mediação on-line ou uma câmara é essencial para que ele possa assessorar e ajudar a sociedade a resolver suas diferenças mais rápido e gastando menos.

Como se tornar um bom negociador?

Sou um defensor da escola de Harvard, que lançou as bases desse conhecimento e influenciou o mundo inteiro. O que os advogados precisam é de uma teoria sólida. A negociação é como um esporte, há um lado teórico e um de performance; é necessário ter um resultado. Falamos de um campo fascinante, que deveria ser mais bem explorado nas faculdades de direitos.

O Design de Sistema de Disputas (DSD)

A mediação é como uma cenoura e o Design de Sistema de Disputas (DSD) é uma sopa. A mediação é um mecanismo, um elemento, um design é uma estratégia mais ampla que se monta. Ao resolver um conflito, encontram-se excessiva emoção, expectativa, dúvidas… Para esses aspectos, a mediação é boa para a comunicação. Mas aí temos um outro tipo de problema quando nos deparamos com algo um pouco mais técnico; nesse caso faz-se uma avaliação prévia, neutra, observam-se os diversos elementos e se constrói um sistema que funcione de fato.

Atualmente, procura-se uma mediação para solucionar um problema, porém acabam jogando o tema para um fórum ou para uma câmara privada e botam um monte de mediadores conciliando. A diferença é que essa é uma estratégia pós-fato, que costuma acontecer depois que a situação já foi judicializada. Para mim, tem que ser um pouco mais do que isso. A lei fala em mediação e conciliação, mas não podemos só dizer que vamos usar a mediação para tudo sem criar um sistema, um ambiente confiável e com parâmetros, realmente utilizar a resolução com qualidade.

Possibilidade de frustração

Isso é uma crítica. A mediação tem que ser bem utilizada, praticada com qualidade, um enfoque pragmático, por vezes excessivamente com enfoque psicológico, sem olhar o lado econômico. Se o mediador não for um profissional completo, se você não treinar bem as pessoas, se você não a praticar com qualidade, pode-se ter uma frustração lá na frente.

Acredito que a mediação sozinha, em alguns contextos, não vai precisar ser inserida. Primeiro destaco a questão da qualidade, segundo analisar sua adequação para uma estratégia maior são a chave para o sucesso. Mediação por mediação não faz nada decolar. Olhando a médio prazo eu continuo otimista. Eu fiz um alerta mas continuo otimista de que as pessoas cada vez mais acertarão a mão.

Campanhas nos tribunais

Ouço críticas em relação à qualidade das campanhas realizadas nos tribunais até porque as pessoas não são remuneradas. Esses mutirões não têm muita qualidade, mas às vezes eu me surpreendo positivamente com algumas iniciativas. Existem iniciativas muito bacanas, mas há ainda muita dor de crescimento.

Disciplinas obrigatórias em todo o país

Isso é muito bom, mas ainda vejo um problema. Se fala muito em mediação e conciliação, mas não se ensina a negociação. Acho que as faculdades deveriam focar em negociação, que continua sendo uma deficiência para muitos que fazem uso dos métodos alternativos. Sinto que estão construindo o telhado sem as paredes. É apenas uma crítica que eu faço.

Fonte: Núcleo de Comunicação

 

Leia também: