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Tecnologia como ferramenta para equidade de gênero

Empreendedorismo e uso de ferramentas tecnológicas, mídias sociais e inteligência artificial foram os temas analisados pelas palestrantes.

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Na noite de terça-feira (21/3) aconteceu o painel “Tecnologia como ferramenta para equidade de gênero”, do Mês da Mulher AASP, com a participação de Cecília Helena de Castro (DPO do Peck Advogados, Advogada e Líder do Núcleo de DPO, Governança de Privacidade e Proteção de Dados Pessoais), de Karolyne Utomi (Advogada especialista e atuante desde 2014 em Direito Digital, Privacidade, Proteção de Dados Pessoais, Compliance e Contratos) e de Luiza Barbosa (Advogada e Especialista em Proteção e Uso de Dados). A mediação ficou por conta do Advogado e Conselheiro da AASP Cristiano Scorvo Conceição.

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Cecília analisou a questão do empreendedorismo e o uso de ferramentas tecnológicas para a equidade de gênero ressaltando que na pandemia o empreendedorismo feminino cresceu 41%, mas que, ainda assim, as mulheres continuam representando apenas 36% da parcela de quem empreende no país.

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Sua fala também trouxe destaque para os desafios enfrentados pelas mulheres. “São diversas dificuldades presentes no dia a dia como estereótipos de gênero construídos historicamente, machismo e preconceito ao fazer escolhas atreladas ao universo masculino, salários mais baixos e menos promoções, falta de oportunidade para assumir cargos de liderança, falta que representatividade e referências ocupando cargos de liderança e ambiente de trabalho hostil”.

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Para ela, o caminho para a inclusão feminina requer a criação de um mercado de tecnologia mais inclusivo e igualitário, construção de espaços de trabalho que rejeitem o machismo, o sexismo, a misoginia e estimulem a igualdade de gênero, combate às múltiplas formas de violência de gênero, reserva de vagas destinadas às mulheres e incentivo para que as mulheres se posicionem, expressem sua opinião. “A tecnologia precisa ser usada como ferramenta para a equidade de gênero. Apesar de usuárias de apps, redes sociais e dispositivos digitais, as mulheres têm baixa participação na produção da tecnologia, contudo elas estão cada mais usando a tecnologia em vários aspectos de suas vidas”, falou.

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O papel das mídias sociais na igualdade de gênero e empoderamento feminino foi o viés abordado por Luiza. “A tecnologia digital tem ajudado a criar uma rede de apoio e dar mais voz para as mulheres. Temos blogs, sites de jornalismo e as próprias redes sociais, trazendo grande visibilidade para o empreendedorismo feminino, com as influencers, e também para movimentos feministas”, explicou.

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Luiza também apresentou um ranking nacional e mundial das mulheres mais influentes nas redes sociais com exemplos da Anitta, Tatá Werneck e Selena Gomez. “Essa é uma forma de demonstrar como essas ferramentas tecnológicas vêm ajudando a ampliar a voz e o empoderamento e combater o machismo, porque existe também um grande número de assédio e ataques virtuais, mas a forma de combater é que as próprias redes sociais estão aprimorando seus mecanismos de denúncia e responsabilizando essas ações”.

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As tecnologias baseadas em inteligência artificial e sua relação com equidade de gênero foi o tema trazido pela Karolyne. “Promover a diversidade de gênero vai além do discurso e é necessário considerar os cenários reais, apenas 20% dos cargos de TI são ocupados por mulheres, por exemplo”.

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Karolyne também alertou para a importância de avaliar como as novas tecnologias estão sendo criadas e se estão considerando os princípios sociais e discriminatórios.

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“Gosto sempre de trazer algumas reflexões nos debates dos quais participo, que são: as mulheres precisam aproveitar a internet para compreenderem a respeitar a própria pluralidade, combater o discurso de ódio nas redes sociais contra outras mulheres, antes de utilizar uma nova tecnologia verificar se ela foi desenvolvida com a participação de uma mulher, realizar dupla conferência nos resultados de pesquisas ou utilizar uma janela anônima, incentivar as meninas a estudarem sobre tecnologia, incentivar e dar preferência para instituições que possuem diversidade de gênero e também a promoção de eventos que tenham painéis compostos de mulheres”.

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Palestrantes e moderador finalizaram o debate esclarecendo dúvidas trazendo suas considerações sobre o tema e também deixando o convite para a participação nos demais painéis promovidos pelo Mês da Mulher AASP.

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Para conferir os próximos temas, clicando aqui.

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