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Café Pauliceia: entrevista com o autor Bernardo Carvalho

Conversamos com o autor Bernardo Carvalho, que estará na próxima edição do Café Pauliceia.

No Café Pauliceia do mês de novembro, contaremos com a presença do autor Bernardo Carvalho, que além de escritor também é tradutor e jornalista.

Bernardo, venceu os prêmios APCD da Associação Paulista dos críticos de arte em 2003 e o prêmio Jabuti de 2004, com o livro Mongólia e mais tarde em 2014 recebeu outro Jabuti, por Reprodução e o Prêmio Portugal Telecom de Literatura Brasileira com Nove Noites.

Confira:

Quando você percebeu que gostaria de se tornar escritor?

Bernardo Carvalho: Na adolescência, eu quis ser cineasta. Fiz alguns movimentos e alguns esforços nesse sentido. Acabou dando errado. Fui parar no jornalismo, para sobreviver, primeiro como crítico de cinema, depois como repórter, editor e correspondente. Mas não era o que eu queria fazer de verdade. As circunstâncias acabaram me levando naturalmente para a literatura. Eu diria que foi o que restou para mim.

Como sua experiência como jornalista contribuiu para sua trajetória como escritor?

Bernardo Carvalho: Acho que a experiência de repórter e de correspondente me ajudou no sentido de me pôr em contato com gente e situações que eu nunca conheceria sem o pretexto do jornalismo. Quanto à escrita, uma coisa não tem nada a ver com a outra.

Como é o seu processo de criação?

Bernardo Carvalho: Não há regra. Varia de um livro para o outro. Cada livro estabelece seu próprio processo.

Quais autores foram fundamentais para sua trajetória?

Bernardo Carvalho: Na verdade, todo autor que eu leio acaba me influenciando de alguma maneira, para o bem ou para o mal. Houve, entretanto, um autor que me abriu o caminho, que me fez entender que eu também podia ser escritor e que ser escritor podia ser uma coisa diferente daquilo que até então eu pensava ser um escritor. É um romancista e dramaturgo austríaco chamado Thomas Bernhard.

Qual foi a primeira ideia para a criação do livro Nove Noites?

Bernardo Carvalho: O narrador conta isso no livro. Descobri o personagem principal numa resenha de jornal.

O que é realidade e ficção dentro do seu livro Nove Noites?

Bernardo Carvalho: Muita coisa ali aconteceu de verdade, mas o livro inteiro é ficção, na forma como ele se apropria dos fatos e os faz funcionar dentro da narrativa.

Quais pontos você destaca no livro Nove Noites?

Bernardo Carvalho: Não saberia dizer. Acho que está representada ali uma relação trágica entre o conhecimento e a razão, através desse antropólogo americano que acaba se suicidando entre os índios.

Qual o último livro que você leu?

Bernardo Carvalho: Acabei de reler Os Sertões, de Euclides da Cunha, para um projeto ensaístico pessoal.

Você pode nos falar sobre seus novos projetos?

Bernardo Carvalho: Tenho um romance sendo preparado com coisas que ficaram de lado no Nove Noites, sobretudo na relação entre o pai e o filho.

Qual sua dica aos aspirantes?

Bernardo Carvalho: A dica é que não há regras absolutas. Cada um deve entender e seguir o seu próprio rumo, achar o seu próprio estilo. É aí que está a maior dificuldade.

Fonte: Núcleo de Comunicação AASP

 

 

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