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Em comemoração ao Dia do Livro, sugere-se reflexão sobre a importância insubstituível da literatura.

 Existem dois tipos de narrativas: as nossas – referentes às experiências mais marcantes, que permitem fabulações interiores – e as dos outros, e ambas têm o mesmo propósito: nos humanizar e nos permitir viver com dignidade. Com essas criações, compreende-se a própria história e, a partir da narrativa do outro, a própria vida também. A “efabulação”, afirma Suzi Sperber, teórica do tema, “corresponde a um movimento interno, imperioso, atribuidor de sentido à vida – ao evento intenso vivido – independentemente de o indivíduo ser criança, ou adulto, letrado ou não”.

A literatura, então, seria a necessidade dupla do indivíduo que precisa fabular sobre si – condição intrínseca a todos – e sobre acontecimentos ficcionais, que os homens assimilam também à procura de um significado constantemente incompleto sobre a própria existência.

A partir desse ponto, em comemoração ao Dia do Livro, dia 23/4, dá-se espaço à reflexão de que a literatura é um direito humano. Como discutido, fundamental à consciência de vida – segundo o crítico literário Antonio Candido, – “porque pensar em direitos humanos tem um pressuposto: reconhecer que aquilo que consideramos indispensável para nós é também indispensável para o próximo”.

A literatura, em seus variados gêneros, próximos da oralidade ou não, permite a organização do mundo exterior e interior e educação em forma de conhecimento, fornecendo condições para alterações no mundo, das pequenas às notáveis, que, muitas vezes, mantêm os homens a salvo, tal como a premissa da alimentação, saúde e segurança.

Mais que erudição, a literatura é antídoto para problemas sociais, um direito a ser acessível a todos, pois, ainda segundo o Candido: “a literatura é o sonho acordado das civilizações. Portanto, assim como não é possível haver equilíbrio psíquico sem o sonho durante o sono, talvez não haja equilíbrio social sem a literatura”.

Fonte: Núcleo de Comunicação AASP