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Associação publica revista sobre processo civil em homenagem ao advogado e, em parceria com o Migalhas, lança também o livro de poesias com obras pessoais de Theotonio Negrão.

Dois trabalhos editoriais da Associação dos Advogados de São Paulo marcaram as comemorações ao ano do centenário de Theotonio Negrão. A edição 136 da Revista do Advogado, veiculada em dezembro, traz como tema os estudos de processo civil inspirados no trabalho do advogado. A segunda publicação, realizada em parceria com o Migalhas, é uma coletânea intitulada Todo homem é uma constelação com poemas, trovas, acrósticos e pequenos textos pessoais escritos pelo jurista.

O lançamento das duas obras foi realizado no espaço da AASP na XXIII Conferência Nacional da Advocacia Brasileira. E em 6/12 a família de Theotonio Negrão foi convidada a participar da reunião do Conselho Diretor da AASP para receber as devidas homenagens.

Quem abriu os discursos aos homenageados foi um dos coordenadores da Revista do Advogado, o ex-ministro do Superior Tribunal de Justiça Sidnei Beneti. “Meus sinceros cumprimentos aos familiares de Theotonio Negrão. A AASP também foi casa do eterno advogado, onde ele deixou uma obra perene e marcos históricos”, enfatizou Beneti.

Theotonio Negrão foi conselheiro e presidente da AASP, e aqui deu início ao trabalho de “recortes” ou, como é chamado agora, intimações. A leitura diuturna dos Diários Oficiais foi uma ação inovadora e tornou-se uma ferramenta indispensável aos advogados, que recebem suas intimações judiciais na primeira hora do dia.

A filha, Maria Lúcia Negrão de Barros Penteado, recebeu emocionada as palavras de agraciamento e destacou duas qualidades do pai: a simplicidade e o amor à profissão. “Ele tratava à todos da mesma forma, com bom humor, valorizando as opiniões de cada um e com o sentimento de fazer justiça. Meu pai sempre se envolvia com o trabalho, e sua maior realização era chegar em casa e falar sobre os processos incríveis que ganhou. A visão singular sobre a justiça e o amor ao Direito foram as maiores heranças que ele nos deixou”, descreveu. Além de Maria Lúcia, estiveram presentes Heloisa de Barros Penteado, Marcos de Barros Penteado e Theotonio Negrão Neto.

Memória

Theotonio Negrão nasceu em 1917, na cidade paulista de Piraju, mas fez o ensino fundamental e médio em Juiz de Fora (MG). Cursou Direito no Largo de São Francisco, Universidade de São Paulo. Foi advogado a vida toda. Ocupou o cargo de juiz no Tribunal Eleitoral, na categoria dos juristas, por dois biênios (1979-1980 e 1981-1982). Como processualista, Theotonio foi a pessoa de maior influência sobre atividades intelectuais de juízes, advogados e promotores no Brasil. Seus códigos de Processo Civil e Civil somaram 57 edições, com a colaboração de José Roberto Ferreira Gouvêa, desde os anos 90. Faleceu em 2003.

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Fonte: Núcleo de Comunicação AASP