AASP logo
AASP logo

Notícias

Simpósio em Goiânia discutiu os desafios do presente e o futuro da advocacia

Evento levou conhecimento e informação de qualidade aos participantes

Os desafios e as oportunidades do presente da advocacia e um balanço do que pode vir a ser o futuro da profissão foram temas debatidos ao longo da sexta-feira, 7/6, durante o Simpósio Regional AASP realizado em Goiânia. O evento contou com o apoio da OAB-GO e da ESA-GO.

Na abertura do encontro, que teve como tema principal “O futuro do Direito e o Direito do futuro”, o presidente da AASP, Renato Cury, após a saudação aos integrantes da mesa e participantes, falou sobre a proposta do seminário: “O advogado vai, necessariamente, ter que se reinventar, vai precisar estudar ainda mais e se especializar, pois os desafios são cada vez maiores e os clientes vão exigir respostas para os novos tempos que se avizinham. A AASP está atenta a esses desafios e ao impacto que as novas tecnologias têm causado na atividade profissional. Não estamos medindo esforços para preparar os advogados para essa nova realidade e por isso estamos promovendo este seminário aqui em Goiânia”.

Sobre o atual momento da advocacia, Cury ressaltou: “Somente com instituições fortes é que podemos enfrentar e combater os ataques à nossa profissão. São as entidades representativas da classe que podem impedir qualquer tipo de retrocesso nos avanços civilizatórios conquistados nos últimos anos”.

Ao longo do dia foram apresentados aos mais de 350 participantes cinco painéis, que contaram com a participação de 17 expositores.

No painel sobre o futuro da advocacia trabalhista, diversas reflexões trazidas pelos palestrantes (ministra Delaíde Arantes, do TST; os advogados Juliano Barra e Luís Carlos Moro): o mundo dos aplicativos e o futuro do trabalho; os recentes relatórios da OIT que tentam implementar diretivas e gerenciar a tecnologia a fim de colocá-la a serviço do trabalho; a necessidade de que a inteligência artificial permaneça sobre o controle humano, garantindo que as decisões finais que afetam o trabalho sejam feitas pelos seres humanos; os algoritmos boss; entre outras.

Além de informações quantitativas e números sobre o andamento da Justiça do Trabalho pós-reforma, houve também a citação de obras e autores que merecem ser conhecidos: O fim dos empregos, A terceira revolução industrial e Sociedade Com Custo Marginal Zero, de Jeremy Rifkin, e as aulas no YouTube e livros da cientista atuarial Kate O’Neill.

O palestrante Luís Carlos Moro exortou os presentes a perceberem que a advocacia não finda, porque o conflito é da natureza humana. “Só tem uma profissão aparatada para lidar com o confronto e o conflito: é a advocacia. Nós podemos ter que nos reinventar, mas se há algo que é completamente globalizado é o mal-estar da sociedade. Habilite-se para a negociação, individual e coletiva. Habilite-se para a mediação e a arbitragem. A advocacia é a profissão do futuro. A advocacia trabalhista é absolutamente interminável, porque é da ontologia dessa relação com o conflito civilizado que pressupõe a intermediação do advogado”, afirmou Moro.

O painel: Tendências das soluções de conflitos, com os professores Paulo Henrique dos Santos Lucon, Carlos Alberto Carmona e Diego Faleck, tratou um pouco do combate à jurisprudência lotérica para propiciar ao jurisdicionado a isonomia e prestigiar a segurança jurídica; o balanço do STJ sobre os três anos de vigência do CPC e a conclusão da Corte superior de o que sistema de precedentes não está ajudando muito, pois não se conseguiu combater os males da duração excessiva dos processos, a qualidade duvidosa dos julgados e a dificuldade de aplicação das súmulas vinculantes.

Os participantes puderam conhecer também alguns detalhes sobre os programas Ross, da IBM (presta consultoria em Direito norte-americano), LexMachina (Standford), que prevê decisão de juízes, e o Case Crunch (Cambridge), que faz previsão de decisões legais. Programas que se retroalimentam e levam 30 segundos para responder sobre um determinado caso.

“Estamos vivendo no tempo da inteligência artificial: ou as faculdades de Direito mudam ou simplesmente desaparecerão. Precisamos nos reinventar”, disse Carmona.

“Esta é a era da geopolítica comportamental, de algoritmos que rastreiam informações na internet e constroem perfis pormenorizados das pessoas, um dos motivos fundamentais para informar-se o máximo possível sobre a Lei Geral de Proteção de Dados”, declarou a palestrante Adriane Nakagawa Baptista, ao falar no painel sobre o tema.

A exposição sobre o futuro do Direito Penal e o Projeto de Lei Anticrime foi feita pelo advogado criminalista e ex-presidente da AASP Antonio Claudio Mariz de Oliveira, que analisou alguns aspectos do projeto e das dificuldades que têm sido vivenciadas pela área penal.

Ao mencionar o Projeto de Lei Anticrime, entre as diversas considerações e críticas, Mariz apontou: “Este projeto é um reflexo das sombras que pairam sobre o Direito Penal. Um projeto denominado pelos seus idealizadores como de combate ao crime, grande falácia, grande mentira, grande engano, não se combate crime com punição, se combate o crime com o combate às causas do crime”.

Para finalizar o dia, mais considerações sobre o futuro da advocacia. No último painel foram expositores Alexandre Zavaglia Coelho, Alexandre Atheniense e Luiz Cláudio Allemand. Três temas com efeitos diretos no dia a dia da advocacia: a inteligência artificial e a advocacia do futuro, advocacia sem papel e Direito, tecnologia e desafios éticos. E a sugestão de mais dois livros pertinentes aos temas debatidos: Sem lugar para se esconder, de Glenn Greenwald, e Obrigado pelo atraso, de Thomas Friedman e Claudio Figueiredo.

 

Ao encerrar o Simpósio, a vice-presidente da AASP, Viviane Girardi, agradeceu a participação dos professores, dos expositores e dos presentes. Falou da sua esperança na tecnologia: “uma realidade e também uma aliada dos advogados”. Fez uma rápida síntese dos painéis e ressaltou que a AASP, como no presente, no futuro também continuará a ser uma facilitadora para o pleno exercício da advocacia.

Para os organizadores, o evento cumpriu seu objetivo de levar aos participantes informação de qualidade para que possam entender melhor o atual momento e o futuro da profissão.

Fonte: Núcleo de Comunicação AASP

 

Leia também: