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IASP promove reunião-almoço com homenagem ao ex-presidente da AASP Antonio Mariz

A tradicional reunião-almoço do IASP, realizada no último dia 26 de abril, homenageou o criminalista Antonio Claudio Mariz de Oliveira.

Mariz foi diretor da AASP e presidiu a entidade nos anos de 1983 e 1984. Também foi presidente da Ordem dos Advogados do Brasil de São Paulo (1987/1990).

Entre muitas outras atividades, exerceu o cargo de secretário da Justiça do Estado de São Paulo, de janeiro a março de 1990, e atuou como secretário da Segurança Pública de 22 de março de 1990 a 16 de março de 1991.

Compareceram à reunião-almoço juristas, renomados advogados, destacados professores, magistrados e lideranças da advocacia. O diretor Mário Luiz Oliveira da Costa representou a AASP.

Compareceram também os ex-presidentes Clito Fornaciari Junior, Eduardo Carnelós, Antonio Ruiz Filho, Arystóbulo de Oliveira Freitas, Sérgio Rosenthal e Leonardo Sica, além das atuais conselheiras Luciana Pereira de Souza, Paula Lima Hyppolito dos Santos Oliveira e Renata Mariz de Oliveira.

No início da cerimônia, o presidente do IASP, Renato Silveira, saudou os presentes e lembrou um pouco da trajetória de Mariz, passando em seguida a palavra ao homenageado.

Em sua manifestação, Mariz lembrou que há 50 anos advoga e disse acreditar que “a advocacia é a profissão que pode ajudar o Brasil a melhorar”. Mencionou o crescimento das faculdades de Direito não acompanhado da qualidade do ensino jurídico e da necessidade de rever e de repensar a advocacia.

Evocou períodos marcantes das décadas passadas, da República aos nossos dias, com destaque para o momento da ruptura institucional ocorrido na década de 1960, e os anos seguintes, que contaram com a firme presença dos advogados como arautos da redemocratização do país.

Quando fez uma reflexão sobre o cenário vigente da sociedade brasileira, segundo ele “raivosamente intolerante, cruel até no trato com mazelas e defeitos”, criticou duramente o modo de uso das redes sociais. “As pessoas tornaram-se desrespeitosas, enxergando o mal sempre, propagando suas opiniões de forma deselegante e descortês.” Destacou ainda como a atual postura da sociedade está interferindo nas relações pessoais “banhadas e baseadas na desconfiança”.

Citando outros fatores que atingem a sociedade, ressaltou que estes têm atingido também as instituições. “Há uma demonização de algumas instituições e a advocacia é instituição sim. O nosso mister é privado, mas o múnus é público. Sem advocacia não há Justiça. É o advogado civil que bate às portas dos tribunais, porque senão ela permaneceria inerte. Só nós, que exercemos a capacidade postulatória, é que podemos abrir as portas da Justiça. Para recorrer a ela é preciso recorrer à nossa sagrada missão, que é a de postular em nome de outrem.”

“Nós (advogados) temos um papel instrumental. Na Justiça Civil, fazer a máquina se mexer, e na Justiça Penal, fazer o processo existir, porque sem defesa não há processo. Somos nós, advogados, que, com muito orgulho, devemos propagar essa nossa importância. Carregamos nas costas, no Direito Civil, no Criminal, no Trabalhista, no Tributário, as desgraças do mundo. O cliente, quando nos procura, vem até nós com tragédias, com angústias. E aí deixamos de ser advogados? Não, nós nos transformamos em sacerdotes, psicólogos, sociólogos”, afirmou Mariz.

Ao se referir às peculiaridades que a advocacia vem enfrentando, disse:  “Na área penal estimula-se uma confusão na sociedade: a de que os advogados criminalistas defendem o crime e nós não, nós somos porta-vozes do direito daquele tido como criminoso. Na área tributária, os advogados estão sendo vistos como elaboradores de planos para ludibriar e lesar o Fisco. Não são vistos como exercentes de uma atividade lícita, necessária e imprescindível. E também em outras áreas da advocacia essa visão tortuosa, desviante da advocacia existe”.

Entre outros temas, Mariz mencionou o projeto de Lei Anticrime apresentado pelo ministro da Justiça Sérgio Moro e ilustrou sua fala criticando alguns itens da proposta.

Encerrou agradecendo o convite e conclamando todos os presentes a acreditarem na advocacia, a amarem a advocacia, a amarem o Brasil e a permanecerem irrequietos e inquietos, “porque essa é a nossa vocação, esse é o nosso ideário e desta vocação e deste ideário nós muito nos orgulhamos”.

Fonte: Núcleo de Comunicação AASP

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