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Artigo: Avanços tecnológicos e o futuro do trabalho

Falando sobre: “Avanços tecnológicos e o futuro do trabalho”, Juliano Barra, estará presente no 1º painel do Simpósio Regional AASP.

Novas tecnologias estão transformando o mundo do trabalho e essas alterações exigem uma ação decisiva dos governantes e de toda a sociedade.

Inúmeras possibilidades estão se abrindo para melhorar a qualidade de vida no trabalho, expandir as escolhas, colmatar a diferença entre os sexos, reparar os efeitos devastadores da desigualdade global e muito mais. Contudo, nada disso acontecerá sem esforços. Sem uma ação decisiva caminharemos em direção a um mundo em que as desigualdades e incertezas crescerão.

Os avanços tecnológicos – inteligência artificial, automação e robótica – criarão novas oportunidades, mas aqueles que sofrerão os maiores riscos de perder o emprego durante essa transição serão, com maior probabilidade, os menos qualificados para aproveitar essa nova janela de oportunidades.

As competências de hoje não corresponderão aos trabalhos de amanhã, e as competências recém-adquiridas podem rapidamente se tornar obsoletas. As mudanças demográficas também serão um fator relevante. Embora o aumento da população jovem em algumas partes do mundo e o envelhecimento em outras possa pressionar o mercado de trabalho e os sistemas de seguridade social, essas mudanças oferecem, outrossim, novas oportunidades para garantir sociedades nas quais os serviços possam ser assegurados e disponíveis a todos.

Ademais, e se logo menos formos contratados e/ou demitidos por algoritmo (algorithm boss)? O direito do trabalho está adaptado a lidar com as novas relações advindas das novas tecnologias? Existe relação de emprego na prestação de serviços por meio das novas plataformas? Subordinação jurídica ou dependência econômica são os critérios mais verificados no mundo? A autonomia privada coletiva pode mitigar os efeitos negativos das novas tecnologias? A inteligência artificial é um aliado ou um óbice no aperfeiçoamento e na busca por melhores condições nas relações de trabalho?

Os cenários pessimistas no que concerne à relação com novas tecnologias/extinção dos empregos estariam um pouco exagerados; deve-se ter uma preocupação maior no que se refere aos “dividendos tecnológicos”, pois estes não serão iguais para todos. Como ajudar as empresas e os trabalhadores a se adaptarem aos novos empregos, assim como repartir de maneira equitativa os ganhos de produtividade?

Por fim, qual o papel da OIT em particular? Precisamos reinterpretar a Declaração da Filadélfia de 1944 valendo-se do contexto atual e das perspectivas do trabalho para o decorrer do século, principalmente nesse momento em que a organização celebra seus 100 anos. Devemos aproveitar as oportunidades que oferecem essas profundas mudanças para criar um futuro melhor, garantir segurança, desenvolvimento econômico, igualdade de oportunidades e fortalecer a estrutura de nossas sociedades.

Prof. Dr. Juliano Barra

Doutor summa cum laude pela Université Paris 1 Panthéon-Sorbonne.

Professor Assistente na École de Droit de la Sorbonne (2016/18).

Saiba mais durante o Simpósio Regional AASP em Goiânia

 

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